terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Uma mulher entre parênteses




Ela possuía suas interrogações, claro, mas não as expunha.
Era uma mulher entre parênteses.
Fazia parte do universo, mas vivia isolada em seus próprios pensamentos e emoções.
Era como se ela fosse um sussurro, um segredo.
Como uma amante que não pode ser exibida à luz do dia.
Ela era tão especial que seria uma temeridade misturar-se com mulheres óbvias e transparentes em excesso.
Aos poucos, no entanto, ela passou a perceber que viver entre parênteses começava a sufocá-la.
Ela mantinha suas verdades (e suas fantasias) numa redoma, e isso a livrava de uma existência vulgar, mas que graça tinha?
Manter-se entre parênteses era um charmoso confinamento.
Disse o marido: "Minha linda, você é uma mulher que guarda a sua alma"
Um dia ela acordou e descobriu que não queria mais guardar a sua alma.
Não queria mais ser um esclarecimento oculto.
Ela queria fazer parte da confusão.
'Mas, minha linda...'
E não quis mais, também, aquele homem entre aspas."



Achei na net, e acabei não registrado o nome do autor.Quem souber por gentileza, me avise.
Beijos!

0 comentários: